A Metalurgia do pó, comumente denominada sinterização, vem a ser um processo altamente desenvolvido de manufatura de peças metálicas ferrosas e não ferrosas.
A metalurgia do pó é uma atividade progressivamente difundida na indústria brasileira. Seus processos envolvem a fabricação de peças metálicas, por meio da compactação de pós metálicos ou não metálicos em uma matriz ou molde para formação de uma peça sólida, seguida de sinterização. A sinterização é um processo utilizado para gerar continuidade de matéria entre as partículas em temperaturas inferiores a de fusão do elemento constituinte principal, a fim de atingir um controle assertivo da composição química, obter melhor resistência mecânica, homogeneidade estrutural e de propriedades, acabamentos refinados e reduzir a necessidade de possíveis operações posteriores.
Trata-se de um processo muito econômico em termos de matéria-prima, além de ter custo baixo de produção em larga escala. Estima-se que seu aproveitamento seja superior a 95%. Comparado ao aproveitamento na usinagem tradicional, que chega a apenas 50%, o desperdício de material é significativamente reduzido. Além disso, a atividade é de baixo impacto ambiental, se comparada a tecnologias concorrentes, visto que, consome baixa energia na transformação, tem alto índice de aproveitamento e não é poluente.
Entretanto, esse processo enfrenta limitações que ainda não foram superadas, seja pelo alto custo do ferramental agregado, por falta de desenvolvimento tecnológico aplicado ou restrição da alternativa a aplicação em empresas de grande porte. Ademais, confrontam-se desafios anexos a tecnologia, como o uso das prensas de moldes para confecção atual, que limita o peso das peças em ate 15 kg e também seu tamanho e formato.
A elaboração do projeto da peça é crucial, uma vez que pode ocasionar a formação de zonas neutras durante a compactação, que são regiões em que as partículas sofreram menos forças de compressão. Por isso, para esse processo alguns tipos de geometrias especificas ainda são inviáveis.
O principal consumidor do produto é a indústria automobilística, responsável por cerca de 75% do consumo dos produtos de metalurgia do pó no mundo. Mas também, outras aplicações se dão para peças sinterizadas, como em ferramentas elétricas, equipamentos domésticos, filtros industriais, e até em implantes cirúrgicos.
Observa-se que a inovação na área é progressiva e o aperfeiçoamento dos pós metálicos, prensas, fornos e novas aplicações, promovem o refino tecnológico do processo. Tendo isso em vista, a metalurgia do pó é uma área muito promissora no país e o desenvolvimento da engenharia associada ao processo é de grande importância para o avanço econômico, preservação ambiental e competitividade mercadológica.